Aplicar um tratamento sem ter um diagnóstico não é um privilégio da odontologia. Quando uma dermatologista receita uma pomada com corticóide, de última geração, com adesivos que permitem o íntimo e prolongado contato como uma lesão que julga ser uma dermatite e, na verdade, trata-se de uma lesão provocada por herpes, o melhor tratamento, porém desastroso, provém da pouca paciência para observar e escutar o paciente.
Não raramente acontece de recebermos um paciente com uma fratura radicular e prontamente indicarmos um implante. Podemos usar A melhor imagem tomográfica para confirmar o diagnóstico, usar o melhor implante, aplicar a melhor técnica cirúrgica, instalar a mais linda coroa com o melhor ouro e a melhor porcelana e mesmo assim, em pouco tempo, vermos o fracasso de nosso trabalho. Ou pior, na mesma boca, vermos surgir outro dente fraturado. E pior ainda, aplicarmos o mesmo tratamento anterior para o novo dente fraturado...
Poderemos facilmente repor todos os dentes quebrados até que restem apenas implantes. E se tivermos sorte e o paciente ainda depositar-nos alguma confiança e não nos abandonar, teremos a chance de observar também o fracasso dos nossos implantes.
Evitar diagnósticos falhos ou incompletos é um dos motivos básicos para o estudo incansável da Oclusão!
Imagem 1: Uma sonda milimetrada penetrando no sulco patológico formado ao longo da fratura longitudinal na raiz mésio-vestibular do dente 47 pertencente ao mesmo paciente mostrado no filme da postagem anterior. Ao percorrermos o sulco gengival encontramos apenas um ponto de penetração da sonda. Isso indica, muito antes de qualquer tomografia poder mostrar, que há uma linha de fratura com uma respectiva perda óssea. Quanto antes o dente for removido e substituido por um implante, melhor será o prognóstico para manutenção da arquitetura ósseo-gengival. Mas antes disto, cabe a pergunta: a fratura está ou não relacionada com o que vemos no filme 1?
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