quarta-feira, 3 de março de 2010

Relação Central



Em 1905, George G. Campion publicou um trabalho em que ele demonstrou a possibilidade e a importância de localização de um eixo terminal de rotação da mandíbula. Afirmava que "o único segmento do movimento de abertura que um articulador deve reproduzir é o estágio inicial, o qual se vê nos traçados (cinemáticos registrados) como uma rotação simples ao redor de um eixo que passa através dos côndilos". Para encontrar esse eixo ideal ele apresentou um dispositivo rudimentar mas não muito diferente dos aparatos disponíveis hoje em dia (imagem 1). Chamou a esta relação de eixo terminal de rotação da mandíbula de Relação Central. Ao longo do mais de um século da definição original, o termo recebeu dezenas de definições. Atualmente a Relação Central é definida como a posição mais superior e anterior dos côndilos nas respectivas fossas mandibulares com o disco interposto. Diversas maneiras clínicas de obter-se a Relação Central tem sido descritas: a manipulação mentoniana (gnatológica), a manipulação bi-digital de Dawson e a técnica fisiológica estão entre as principais e mais comumente usadas. Cada uma delas apresentando suas vantagens e vulnerabilidades.

Para fins de registro, a combinação da manipulação com um anteparo anterior que evita o toque dos dentes posteriores (descrito com Jig de Lucia) tem se mostrada como a maneira mais reprodutível e confiável. O uso de um Jig modificado, acoplado aos dentes anteriores e superiores e uma pua (ponta) acoplada aos dentes incisivos inferiores permite o registro gráfico dos movimentos horizontais da mandíbula e a localização de um vértice posterior (traçado de arco gótico de Gysi). Este registro gráfico usado na montagem dos modelos inferiores no articulador permite verificar a exatidão ou coincidência do registro e da montagem.






































Imagens de 2 a 4: Jig de Lucia Modificado e Pua Inscritora com traçado realizado intra-bucal testado no articulador semi-ajustável. O vértice distal obtido diretamente na boca do paciente indica uma posição mandibular de origem que emula a "Relação Central".

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